Sobre o livro: 1973 / Todo escritor tem um livro principal, aquele, não escrito, que paciente e lentamente vai tomando forma, como se cristalizando pedaço por pedaço, página por página da experiência espiritual acumulada. Esta é, por assim dizer, a segunda vida do escritor, interna, complexa, dolorosa, porque os caminhos da consciência pelos quais ele caminha invisivelmente nem sempre são claros. Nesta segunda vida, um trem do metrô não vai te levar até a estação desejada, aqui, a cada passo, surgem medos e hesitações: isso é o principal, o que as pessoas precisam? Ou talvez o que você sabe, o que você sente, o que se acumulou em você e está rasgado no papel, seja apenas um vago reflexo de uma vida imensa em suas opções, uma vaga marca da verdade humana?